A técnica em química Adriane Zanette, 40, mora no Santa Terezinha, em Pelotas. Por trabalhar no Fragata, embarca em ônibus da Zona Norte e vai até o Centro. Ao descer na Marechal Deodoro, caminha até o ponto da Marechal Floriano, onde aguarda o ônibus para o Fragata. A rotina é a mesma já há tempo. Entretanto, os recorrentes atrasos dos últimos meses para chegar ao serviço se devem à demora do ônibus que sai do Centro. “Eu noto que chego uns dez, às vezes 15 minutos depois, e não era assim. Não sei os motivos, porque continuo fazendo os mesmos horários”, afirma. Um problema que encontra voz em outros usuários.

Sobre as queixas, o diretor de Transportes da Secretaria de Transportes e Trânsito (STT), Paulo Osório, esclarece que alguns horários foram alterados após a licitação do transporte coletivo. Ele reconhece atrasos eventuais - mas breves -, e nega, ainda, que houve redução da frota - como muitos passageiros sugerem, nas paradas de ônibus. “Basicamente, os horários da antiga Turf que foram modificados. E 100% da frota é zero quilômetro. Hoje temos horários diferentes, mas são mais horários do que antes (da licitação)”, garante.

Osório também assegura que os ônibus são monitorados por GPS e que a aparelhagem está funcionando. Quando as reclamações chegam, pelo menos um fiscal é enviado a cada ponto que apresenta problemas. Ao todo, oito pessoas são responsáveis por controlar presencialmente o transporte coletivo, além do rastreador virtual.

Entretanto, assim como Adriane, a gerente de operações Ana Rosa Oliveira, 42, também contesta os argumentos do Executivo. Há manhãs em que chega a esperar por mais tempo, duas vezes: primeiro, para embarcar no Cohabpel-Navegantes e, então, no Fragata. No último caso, afirma, é comum esperar em média 20 minutos por um ônibus - em dias de semana. A usuária garante que a situação é frequente, em diferentes horários do dia e da noite.